terça-feira, 31 de dezembro de 2013

QUE SE RENOVE A ESPERANÇA



            Nesses dias de fim de um ano e início de outro é muito comum e até natural ouvirmos falar em esperança. A esperança de um ano melhor, com menos dificuldades, mais próspero, com mais realizações, enfim, tudo aquilo que sempre desejamos e todas aquelas resoluções de ano novo que muitas vezes só ficam na intenção.
            Mas que a nossa esperança não seja apenas porque se inicia um novo ano. Até porque o tempo não para, e o dia do ano novo é um dia como outro qualquer. Tem as mesmas 24 horas, e o tempo não vai parar quando terminar o ano e recomeçar com o novo. Nesse aspecto, nada muda. É apenas mais um dia.
            Que a nossa esperança não esteja em nossos planejamentos e resoluções de ano novo, nem em promessas dos governantes, nem na alegria efêmera do futebol e da Copa do Mundo. E que também possamos olhar para o ano que passou e aprender por aquilo que sofremos, lutamos, vencemos e também pelo que perdemos. E que possamos dizer como Samuel: “Até aqui nos ajudou o Senhor”.
            Que as lembranças do ano que se encerra nos sirvam de aprendizado e de reconhecimento de que a boa mão do Senhor esteve sobre nós a cada dia e que assim continuará sendo.
            Independente da época do ano, confiemos no Senhor. Que Ele seja a nossa esperança nos dias difíceis e a razão da nossa alegria nos dias bons. Que possamos enxergar que Ele é o Verbo que se fez carne, como diz o Evangelho de João: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai”. João 1:14
            Ele é a nossa esperança, todos os dias em todos os anos. Ele é a certeza, não da nossa vitória, como num desses hinos triunfalistas que tanto vendem ilusões, mas a certeza de que nós não estamos e nem estaremos sós. Pois prometeu “eis que estarei convosco todos os dias”. Nele nós podemos esperar. Nele se renova a nossa esperança.
            Então, se Nele estamos e Nele fomos gerados, que se renove a esperança!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

QUE EVANGELHO É ESSE?


Que Evangelho é esse, desprovido de amor pelo próximo? Que não se solidariza com o necessitado, que não pratica o bem, que se preocupa demasiadamente com seu próprio bem-estar.  Que não se sensibiliza com a dor das pessoas, e não humaniza seus seguidores? Que culpa até as vítimas de uma catástrofe porque elas não seguiam o “seu deus”?
Que Evangelho é esse, onde seus líderes, que deveriam ser exemplos de piedade e solidariedade, enriquecem e acumulam bens que não poderiam gastar nem se vivessem dez vezes? Que só pratica o bem se puder demonstrá-lo a todos e usá-lo como propaganda de sua eficácia? Que com uma mão ajuda e com a outra segura uma câmera para mostrar ao mundo todo.
Que Evangelho é esse que não tolera o diferente, que se escandaliza com o exterior e ignora o interior? Que persegue aqueles que não o praticam, como um autêntico talibã. Intolerante, perseguidor, mas ao mesmo tempo, afeito a corrupções e falcatruas, desde que elas não sejam reveladas.
Que Evangelho é esse que valoriza unicamente os sentimentos e despreza as Escrituras? Que busca “unções e ungidos”, que possam ser comprados, conquistados e ignora a graça abundante, como favor imerecido, de Deus. Que seus seguidores não conseguem admitir que não tem qualidades para serem salvos, mas se é que o serão, serão unicamente pela Graça de Deus.
Que Evangelho é esse que ostenta seus títulos, como se fossem nobres e mais importantes que o povo? Que escraviza e torna o povo totalmente dependente de seus “mestres”. Que exige honra e lealdade não à Palavra ou ao Senhor, mas a si mesmos.
Eu não consigo entender que Evangelho é esse. Mas sei que esse não é o Evangelho do Cristo, do servo sofredor, do homem de dores (cf. Is 53), daquele que se entregou como sacrifício vivo. Pois o Evangelho do Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo que crê, é o poder transformador que ilumina nosso caminho, e que, como um espelho, nos mostra quem somos e quem devemos ser.
O Evangelho do Cristo transforma, é o evangelho que liberta, que restaura a dignidade humana. O Evangelho do Cristo, aquele que “andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos...” (cf. At 10.38). Nesse Evangelho eu creio.